quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Direito igual... só no carnaval?

     Entre as maiores festividades da cultura brasileira, destaca-se o carnaval, cujas raízes são europeias. É uma festa que une classes tradicionalmente opostas no cotidiano, mas os unifica em um povo só: o povo brasileiro.
     São explícitas as desigualdades sociais e diferenças econômicas entre os ricos e pobres. Enquanto os mais humildes trabalham para os mais abastados, estes nunca frequentam os locais daqueles trabalhadores.
     O carnaval, então, seria uma festa democrática, onde o pobre teria os mesmos direitos que o rico, mas apenas neste momento. Também explora-se a sexualidade no carnaval como uma grande orgia, relacionando burgueses com simples proletários. Entende-se então, a importância do carnaval, cujo intuito é divertir os pobres e fazê-los esquecer as injustiças e os sofrimentos que vivem no seu dia-a-dia. Os mais poderosos não sentem as consequências da exploração e da negligência dos governos que deveriam proteger majoritariamente a população mais carente.
     O Estado e a sociedade burguesa, então, financia essa ilusão de igualdade, para sustentar sua hierarquia de poderes e desviar a face dos problemas sociais, ao invés de investir em novas escolas, hospitais, profissionais e veículos de transporte público.
    A contradição da atualidade brasileira é a lei que inclui do mais pobre ao mais rico da nação, mas que apenas favorece aquele que possui uma renda significativa, disfarçando com a máscara do carnaval, dentre outras festividades de cunho nacional.
     É subjetivo dizer que a felicidade tem fim, mas de certa forma, dizer que a hipocrisia tem limite, é o suicídio da realidade, pois o convívio com ela torna-a normal, com todas as desgraças e infelicidades. Quem diria que o carnaval seria apenas um teatro desta democracia falha e ignorante?
     Sempre dizem que somos iguais perante a lei e diante do Deus dos povos ocidentais - cuja maior derrota é a opulência do alto clero e a insignificância do povo cristão  que, na prática,  não representa a realidade.
     Os direitos são, desde, então, tradição dos poderosos e não daqueles que realmente trabalham. Igualdade haverá apenas quando toda uma população marginalizada socialmente seja incluída socialmente. As meras palavras de políticos não curam a doença do povo brasileiro na sua contemporaneidade: a injustiça.
Philipp Macher
2º ano A - EDUSESC
08/09/2011

2 comentários:

  1. Na primeira linha do último parágrafo, eu creio que o correto seria "Os direitos são, desde então,(...)"

    ResponderExcluir